Resenha: Roube como um artista
Por Austin Kleon.
Calma, não saia ainda!
Sei que ao ler a palavra "artista", você já está pensando em ir embora de mansinho porque pensou: "nem sei desenhar ou fazer crochê". E se eu te disser que este livro é para você, empresário, advogada, médico, psicóloga, músico e técnico de TI? Consegui capturar sua atenção? Ótimo! Então vamos ler a resenha deste livro que é pura inspiração e frescor para sua rotina agitada e cheia de compromissos.
Okay, confesso que sou uma artista e adoro ler livros com essa temática! Quando comecei a ler, descobri que este livro, tão breve e com uma diagramação bacana, é útil para todos. É ideal para quem busca algo diferente e criativo em sua vida ou trabalho.
Dividido em 10 tópicos, o autor Austin Kleon aborda insights práticos e aplicáveis para o dia a dia, além de provocar muita reflexão e visitas repentinas ao passado, à sua velha infância.
“Arte é furto.”
Pablo Picasso
1 - Roube como um artista
Você vai aprender a olhar para o mundo como um artista e perceberá que há certas coisas que valem a pena serem "roubadas". Mas calma, não estamos falando de um roubo literal, obviamente.
Como disse o sábio Salomão, "Não há nada de novo debaixo do sol" (Eclesiastes 1.9). Isso significa que você é uma soma de suas influências e da sua coleção de coisas salvas no Instagram. Cerque-se de boas ideias e colecione-as para que tragam inspiração e o conduzam a criar suas próprias ideias.
Eu amo e pratico a seguinte dica: Carregue um caderno e uma caneta com você para onde quer que vá! Com um bloquinho e uma caneta na bolsa, sinto-me segura e pronta para anotar nomes de prédios, conversas paralelas no café, dicas de livros ou vinhos, pensamentos e observações. Mantenha um arquivo de "furtos" e recorra a ele sempre que se sentir vazio de ideias e inspiração.
2 - Não espere até saber quem você é para começar
No ato de fazer, criar e viver, descobrimos quem somos. É natural ter medo de começar; a comparação ou o sentimento de "não ser bom o bastante" podem gritar forte, mas deixe-me te contar um segredinho: finja até conseguir. Fingir fazer algo é, na verdade, fazer algo, melhor do que ficar parado se lamentando ao lado de suas incertezas. Quer ser um pintor? Pinte como se fosse Van Gogh. Misture as cores, abuse do amarelo e azul, teste as pinceladas frenéticas e aproveite o momento criativo.
Ninguém nasce com seu estilo pronto. Comece copiando, não plágio, mas colocando seus traços, palavras, esculpindo a sua identidade naquela cópia.
“Você começa como um impostor e torna-se real.”
Glenn O’Brien
3 - Escreva o livro que você quer ler
Pasmem, mas eu já escrevi um livro. Nunca na vida imaginei que seria possível ou viável. Então, um belo dia, comecei a desenhar coisas aleatórias; depois surgiram as palavras e minha psicóloga na época disse: "Por que você não faz um livro?" Escrevi sobre o que fazia sentido para mim, o que me motiva, me encanta, emociona e cativa. Escreva sobre o que você gosta, reescreva o roteiro do seu filme predileto, acrescente um apêndice naquele livro que te comoveu.
Faça a arte que você quer ver, construa o prédio que você moraria, componha a música que você deseja ouvir. Há beleza no criar, em descobrir as cores da sua singularidade.
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4 - Use suas mãos
Desligue o celular e o notebook. Afaste-se das telas e desconecte-se. Use suas digitais não para desbloquear o celular, mas sim para tecer, pintar, escrever. Utilize suas mãos, movimente seu corpo, integre-o ao seu trabalho. Desafie os padrões da criação e torne o processo mais divertido; brinque com as ferramentas, pause e reflita sobre o que está fazendo, conecte-se com o momento. Ao escrever no papel, você não dispõe do Ctrl-Z; você risca, rabisca, faz setas, conecta ideias, desenha. Deixe a criatividade fluir.
5 - Projetos paralelos e hobbies são importantes
Amo os projetos paralelos. Escrever esta resenha, definitivamente é um desses projetos. Escrever resenhas, desenhar ou gravar vídeos sobre “fofoquinhas literárias” são hobbies que me mantém viva, criativa. Seus projetos paralelos não são apenas distrações ou brincadeirinhas. Eles na verdade, é que te mantêm vivo.
Reserve um tempo para se perder em seus pensamentos. Sonhe. Mantenha todas as suas paixões na sua vida e veja algo acontecer.
“É importante ter um hobby. Um hobby é algo criativo que é só para você. Você não tenta ganhar dinheiro ou ficar famoso com isso, faz apenas porque o deixa feliz. Um hobby é algo que dá e não tira”. (Pág. 80)
6 - O segredo: faça um bom trabalho e compartilhe-o com as pessoas
Antes de tentar tornar seu trabalho viral, aproveite seu anonimato. Não há pressão quando se é desconhecido. Desfrute da liberdade de criar por criar e não de depender de likes ou compartilhamentos. Depois de fingir, tentar, falhar, tentar de novo, melhorar, é hora de compartilhar com as pessoas. Coloque suas coisas na internet. Convide os outros a prestarem atenção em você, com você. Sabe como vim parar aqui neste blog? Fazendo meu hobby predileto: vídeos de resenhas literárias. Chega um momento que faz tanto sentido para você, que não tem mais como guardar para si; você quer compartilhar com o mundo.
7 - A geografia não manda mais em nós
Não se limite ao local onde nasceu ou vive. Existem grandiosas conexões através da internet. Faça amigos no Instagram, LinkedIn; comente em posts do Instagram de seus ídolos e de pessoas que são referências. Como diz Austin, “você não precisa morar em nenhum outro lugar além de onde está para começar a se conectar com o mundo que deseja entrar”.
Cerque-se de objetos e livros que ama. Crie seu próprio mundo. Pinte ou cole coisas na parede. Não é preciso pegar um avião e atravessar o planeta para se encontrar. Sente-se em sua escrivaninha e ouça, fale, escreva, comece! Desfrute de sua própria companhia. E aqui vai um adendo: não gosta de sua própria companhia? Então, faça terapia; essa é uma dica valiosíssima!
Leia livros, mergulhe em universos paralelos, conheça os personagens. Compre uma passagem para Minas Gerais, Paris ou Cuba. Viajar faz o mundo parecer mais real, colorido, novo. Saia de casa, mas tenha um lugar para onde voltar.
Ah, e tem as pessoas também! Esteja rodeado de pessoas interessantes, alegres, gratas, criativas e coloridas. Elas não precisam fazer o que você faz, mas precisam enxergar quem você realmente é!
8 - Seja legal. (O mundo é uma cidade pequena)
Faça amigos, ignore inimigos; aproxime-se do talento; pare de procurar brigas e vá fazer algo; escreva cartas de fã; validação é para o seu cartão de estacionamento; e mantenha um arquivo de elogios. Ufa, é muita coisa! Cada subtema tem seus respectivos detalhes e, desta vez, não vou te contar, vou deixar você ler o livro para saber mais!
“Arte moderna = Eu poderia fazer isso + Pois é, mas não fez.”
Craig Damrauer
9 - Seja chato. (É a única maneira de terminar um trabalho)
Eu amo este capítulo porque o autor desfaz a imagem de que todo artista precisa ser boêmio, drogado, com dentes amarelos e promíscuo. Ele inicia esta seção com “Cuide de você”. Faça flexões, vá ao dentista, caminhe por longos minutos, durma bem. Você precisa estar vivo para criar e impactar o mundo com sua arte. Estou com o livro aqui na minha frente e estou pensando: “nossa, é tudo tão básico, mas necessário. Como é que a gente esquece do essencial?”. Pois é, são vários conselhos e um que me chama a atenção é: “Case bem”. Mas artistas não gostam de solitude e usam a solidão para fazer arte? Acho que isso é um pouco utópico. Relacionamentos são difíceis, mas é preciso encontrar alguém que compreenda essa sua incessante busca criativa e que mantenha seus pés no chão.
10 - Criatividade é subtração
Parece contraditório, mas a maneira certa de superar alguns bloqueios criativos é impor algumas restrições. Faça um filme com seu iPhone, pinte um quadro com uma cor só e suas nuances, use o que você tem à disposição. O excesso pode levar à distração e, consequentemente, à inatividade. Aceite suas limitações e siga em frente, não invente desculpas para não trabalhar.
Confesso que só escrevi um livro porque nunca imaginei que poderia realmente se tornar um. Os desenhos não foram feitos com a melhor aquarela; na verdade, a maioria deles foi feito com a mistura de materiais como lápis, tinta de tecido e purpurina. Escrevi as crônicas como relatos secretos que pairavam em minha mente. Se alguém me dissesse: "Hey, escreva um livro ilustrado para daqui a um mês", com toda certeza eu negaria, pois não tinha e ainda não tenho os melhores pincéis, nem sequer tinha uma escrivaninha para apoiar meu notebook na época. Mas aconteceu; nasceu um livro que expressa quem sou, o que gosto e as cores e formas que ajudam a detalhar minhas palavras.
Seja você médico, piloto de avião ou camareira. Você carrega algo que faz seu coração se aquecer, seus olhos marejarem, seus dedos dedilharem e sua voz cantarolar. Você é um artista, então permita-se viver essa arte.
Fica a dica e boa leitura!
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