Resenha: O caminho do Artista
Por Julia Cameron.
Já dou início a esta resenha dizendo: Você não precisa ser um artista para ler este livro, nem tampouco trabalhar em algo relacionado às artes. A obra de Julia Cameron é um convite para todos aqueles que desejam despertar seu lado criativo e desenvolver uma rotina autêntica, revelando ao mundo sua verdadeira identidade e singularidade, arrematando assim, um trabalho original, único!
O Caminho do Artista é considerado a Bíblia da criatividade, devido à sua densidade de conteúdo. Repleto de histórias emocionantes, exercícios diários e semanais, e insights preciosos, ele nos orienta a trilhar verdadeiramente uma vida mais criativa. Você vai se sentir tentado a devorar este livro em apenas uma semana. No entanto, há um detalhe! Este livro foi planejado para ser lido ao longo de 12 semanas.
A autora desta obra-prima, Julia Cameron, é um verdadeiro portfólio ambulante. Passou de jornalista freelancer a dramaturga, de compositora a roteirista e, por último, mas não menos importante, escritora.
Você já fica entusiasmado com a Apresentação. É quase que sermão, capaz de resgatar aqueles seus sonhos de infância que estavam guardados e empoeirados em um baú.
Não embarcamos nesse caminho do artista despreparados. Julia nos oferece um mapa para facilitar o processo. Logo de início, você encontrará os Princípios Básicos, uma lista com 10 pontos que abordam nossa relação com a criatividade.
Em seguida, as Ferramentas Básicas, que, como o próprio nome sugere, são essenciais para a recuperação criativa. Não entregarei todos os segredos de uma vez, mas vou compartilhar sobre uma dessas ferramentas.
As Páginas Matinais são, sem dúvida, o exercício mais desafiador deste livro. Mas não se preocupe, é um desafio gratificante que vale a pena enfrentar! Diariamente, você irá escrever sobre qualquer coisa, três páginas escritas à mão, completamente preenchidas de palavras. É uma espécie de drenagem cerebral, um esvaziamento de tudo o que está passando por sua mente e alma.
"Ah, mas eu não estou pensando em nada..." Isso é compreensível, especialmente porque as páginas matinais são feitas pela manhã, quando ainda estamos em marcha lenta.
Mas eu garanto a você: escreva a primeira palavra, o segundo parágrafo, e quando menos esperar, terá uma página repleta de ideias, lamentos, desabafos, desenhos, projetos, anotações, uma receita culinária, entre tantas outras coisas.
‘’Preocupações com o emprego, a lavanderia, o barulho esquisito que o carro está fazendo, o olhar diferente do seu namorado - isso tudo se revolvendo em seu subconsciente e enlameando seus dias. Deixe tudo no papel.’’ (Pág. 35)
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Pronto! Com o guia em mãos, podemos iniciar a viagem rumo ao desbloqueio criativo. Mas antes, assine o contrato de criatividade. Sim há um contrato no livro.
Como mencionei anteriormente, são doze semanas de jornada, cada uma com seu respectivo tema e objetivo. Para te motivar a realmente ler este livro, vou entregar de bandeja, o tema de cada semana.
Semana 1: Recuperando o senso de segurança
Talvez você seja como eu. Ama criatividade, poesia, romances, mas tem um pé atrás com todo esse encantamento. Você pode se sentir cético, mas também sentirá uma fagulha de esperança ao lembrar que erros são necessários, tropeçar é normal e que tudo faz parte do processo.
Semana 2: Recuperando o senso de identidade
Para esta semana, a tarefa é descobrir novos limites, desbravar novos territórios, conhecer seus desejos e interesses. Cada atividade tem como objetivo te levar mais próximo de sua verdadeira versão, acreditar em seu potencial. Como a própria autora diz neste capítulo, "nenhum momento era desprovido de beleza". (Pág.87)
Semana 3: Recuperando o senso do poder
Este capítulo vai mexer com sua intocável espiritualidade. Estamos falando de poder, e relaxe, não é nada místico, mas sim sobre sentimentos, emoções e fé. Cá entre nós: amo as perguntas deste capítulo...
Semana 4: Recuperando o senso de integridade
Um conteúdo mais introspectivo produtiva, que busca consciência de si. A autora revela que a vida criativa não é baseada em fantasia, mas sim, que a criatividade é baseada na realidade, no particular, no bem observado ou especificamente imaginado.
Semana 5: Recuperando o senso de possibilidade
O capítulo já começa com um puxão de orelha, mas nada que doa muito. Saiba que puxões de orelha são necessários para que possamos parar e analisar que caminho estamos seguindo. E este, é mais um capítulo que me conquista com um exercício: "lista de desejos".
Semana 6: Recuperando o senso de abundância
Dinheiro, um grande bloqueio criativo! Cameron, traz relatos que vão quebrar nossos preconceitos, medos e relutância em criar. Nos preocupamos tanto com dinheiro para criar algo novo que acabamos esquecendo que viver criativamente requer o luxo do tempo.
Semana 7: Recuperando o senso de conexão
Para esta semana, a tarefa é explorar suas áreas de interesse criativo genuíno. Atenção, perfeccionistas de plantão: há um subtema bem bacana para vocês, para nós...
Semana 8: Recuperando o senso de força
Mais um bloqueio criativo a ser desbloqueado: o tempo!
‘’PERGUNTA: Você sabe quantos anos terei quando estiver tocando bem o piano? RESPOSTA: A mesma idade que você terá se não aprender.’’ (Pág.171)
Talvez tenham rolado algumas lágrimas enquanto eu lia este capítulo...
Semana 9: Recuperando o senso de compaixão
Dá para acreditar que já se passaram nove semanas? Eu disse que seria desafiador, e de fato, é! Mas vale muito a pena, e este capítulo vem para te encorajar a não abandonar o barco. Permaneça firme nas tarefas, vai valer a pena!
Semana 10: Recuperando o senso de autoproteção
Carregamos padrões tóxicos de comportamento e pensamento, os quais culminam em bloqueio criativo. É essencial explorar os perigos que espreitam ao longo do caminho do artista e buscar uma solução antes que seja tarde demais. Juro que tento me segurar, mas preciso contar que neste capítulo há um teste do Workaholic. ;)
Semana 11: Recuperando o senso de autonomia
Quando menos perceber, estará chegando ao final deste livro, desta longa jornada. Para esta semana, o capítulo se concentra na autonomia artística. Como alimentar seu estoque criativo, como se aceitar como artista e explorar novos horizontes.
Semana 12: Recuperando o senso de fé
Enfim, chegamos à última semana! No capítulo final, a autora reforça o compromisso de acreditar que fomos feitos para criar e de compreender a verdadeira essência da criatividade.
‘’A criatividade requer fé. A fé requer que você abra mão do desejo de controle. Isso é assustador e nosso impulso é resistir. Nossa resistência à criatividade é uma forma de autodestruição. (Pág.235)
Talvez você se emocione de verdade ao olhar para trás e perceber o quanto evoluiu no processo criativo. Haverá dias em que você vai desejar terminar este livro logo e começar uma nova leitura. Mas, por favor, não tenha pressa; cada etapa do processo é valiosa e você sentirá falta disso tudo ao finalizar.
Cada tarefa tem seu toque mágico. Algumas te farão sentir raiva, preguiça; outras te levarão a ter esperança, tristeza, talvez te deixarão falante demais, ou introspectivo. Das páginas matinais, surgirão poesias, novos projetos para o trabalho, lembranças do passado, ou apenas frases sem concordância alguma.
E o melhor de tudo é que este livro é atemporal. Sempre que estiver se sentindo um zero à esquerda em relação à criatividade, busque na sua estante este livro que carrega verdades profundas sobre como viver a sua essência criativa, afinal, você é sim um artista!
Fica a dica e boa leitura!
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